quarta-feira, 21 de outubro de 2015

5 Minutos de um Mundo Bom - 21/10

Número de superdotados cresce 17 vezes em 14 anos nas escolas do país

É muito comum vermos reportagens sobre jovens americanos que, aos 12 anos, se formaram em engenharia em Harvard e tal...  Uma pessoa superdotada é acima da média em alguma habilidade de forma inata, sem treinamento anterior. Ser superdotado vai muito além de um alto QI e também não significa que a pessoa seja boa em tudo, em geral, o superdotado é muito bom em uma área de conhecimento ou habilidade.

Em vários países, identificar e instruir essas pessoas de forma diferenciada fazem parte de políticas públicas de educação, assim garante-se que, desde os anos primários, os estudantes recebam currículos escolares que o motivem. No Brasil, isso está só começando. É muito comum uma criança superdotada se sentir desmotivada na aula e ser 'diagnosticada' hiperativa, visto que, ao aprender rápido, ela quer passar para a próxima tarefa.

No Brasil, ainda estamos caminhando nesse tópico, mas  boa notícia de hoje é que o número de superdotados identificados cresceu 17 vezes. Isso significa que temos cada vez mais gente preparada para identificar esses jovens e proporcionar a eles condições de desenvolvimento adequadas.

Para ler a reportagem na íntegra,

Para saber mais, recomendo a leitura
 

quarta-feira, 14 de outubro de 2015

10 coisas que comprovam que você teve (ou tem ) uma avó especial

Hoje, faz 10 anos que minha avó Luiza faleceu, depois de lutar bravamente contra um câncer de pulmão (uma daquelas trajetórias que você não deseja nem para seu pior inimigo). Pensei por várias e várias vezes o que eu postaria no face como fiz quase todos os anos - geralmente, uma dedicatória melancólica, recheada da dor da saudades e uma foto nossa - singela, mas feliz.

Mas desisti.

Falar de Luiza (a chamávamos de Mô não sei o porquê) interessaria a mim e a mais uns 20 pessoas dentre os meus amigos que a conheciam bem - poucas pessoas teriam a real dimensão do que a fazia tão especial. Então me pus a pensar em vários compartilhamentos que recebi via facebook e diziam: "15 coisas que somente quem é irmã mais nova sabe", "20 sinais que a maternidade...", "25 coisas que melhores amigas de 20 anos podem contar...". Esse tipo de post invadiu a minha timeline por um mês - uma febre.

Embora, em determinado momento, eu tenha ficado meio cheia de receber esse tipo de comunicação, admito que há algo de honesto e modesto neles: partem da premissa de que a história de um indivíduo pode ter muitas coisas em comum com a de outros, de que o ser humano ainda é passível de se identificar e viver experiências similares. Então, decidi escrever esse post com a certeza de que a minha avó foi especial, assim como muitas outras por ai.

10 coisas que comprovam que você teve (ou tem ) uma avó especial


1-) Os problemas são infinitamente menores depois de um café com leite e um bolo
Quantas vezes você não chegou agoniado na casa da sua avó? (E não precisava ser você, poderia ser qualquer um, pois não há quem não confie nela.) Pode ser a prova matemática, o emprego, a paquera, a sua mãe, um casamento ruim, o carro que você bateu depois de pegar escondido. O mundo VAI acabar - você tem certeza disso! Ela, pacientemente, lhe ouve enquanto ferve o leite e prepara o café. Mal abre a boca. Talvez faça alguma pergunta retórica. Mas, ao final da sua última garfada, ela diz: "fique tranquilo, tudo vai dar certo - uma prova é só uma prova". E, pronto! Só mais uma prova, não o fim do mundo.

2-) A fé move montanhas e uma velinha pode ajudar
Mesmo depois que ela lhe convenceu de que uma prova de matemática era só mais um teste da escola, ou ainda, lhe tranquilizou para AQUELA conversa difícil com o namorado, ainda assim, sua avó acende uma velinha para garantir seu sucesso e iluminar seu caminho.

3-) Há um lugar para todas as coisas
Na casa da minha avó, chamávamos de quarto neta-avó - um cômodo recheado de bagunças, roupas antigas e coisas que somente netos e avó entendiam. Toda avó especial deixa o neto invadir a vida dela e isso se reflete no espaço: pode ser um quarto, uma sala, uma prateleira - com certeza, você deixou alguma bagunça por ali e ela concordou que aquele era o melhor lugar. (PS: isso quando seus pais também não decidem usar a casa da sua avó como depósito e, por ela, tudo bem!)

4-) Brinquedos, para quê?
Os pais dão brinquedos, as avós cortam uma batata e fazem de carimbo ou coletam pedras e pintam de cores diferentes. Massa de pizza. Cola de farinha. Massinha caseira. Você nunca precisou levar brinquedos para a casa da sua avó, porque eles eram absolutamente supérfluos no rol de atividades que elas são capazes de oferecer.

5-) Todos os bichos merecem um lar e são bem-vindos
A expressão não deveria ser mãe natureza e sim vovó natureza. As avós entendem melhor a relação entre os netos e a natureza - é como se elas nos enxergassem como um pacotão. É muito comum ouvir: "o meu cachorro fica na minha avó" ou "na casa da minha avó, tem uma tartaruga" ou "o jardim da minha avó...". O pintinho que você ganhou na feira na Água Branca foi para a sua avó. Sua cidade de formiga, idem! No meu caso, além de diversos bichos, certa vez, decidi criar uma minhoca (claro, na casa da minha avó). Logo após preparar uma "casinha" para a Xuxa (nome da minhoca, mas acreditem era uma homenagem) a "perdi", não sabia de jeito nenhum onde estava. Minha avó achou a Xuxa 15 dias depois dentro do vidro de maionese embaixo da cama dela.

6-) Todo mundo tem alguma habilidade especial
Às vezes, você poderia se achar um ninguém, um feio, chato que não era bom em nada. Todo mundo teve essa fase e pode ser que seus pais nem repararam. Mas a avó vê, sempre consegue lhe provar o contrário e achar seu talento mais escondido - um tocador de gaita, uma pianista, um escultor, uma costureira, um poliglota.

7-) Ela fez você preferir o castigo
Avó usa a experiência. Nunca briga, nem deixa de castigo, gritar então - fora de cogitação! Ela finge que nem viu a sua birra, deve querer lhe enforcar (eu acho...) por causa daquela bagunça, daquela resposta mau criada, mas ela deixa e assiste a tudo impassível. Depois de algumas horas, quando tudo passou e vocês estão vendo a novelinha da tarde, ela se vira e fala calmamente: "a vovó te ama muito, mas hoje você me deixou triste!". E você pensa: "era melhor ter apanhado".

8-) Alimentação Infantil é uma ciência 
Toda avó especial consegue convencer os netos a comer coisas estranhas - coisas que, depois que você cresce, nem acredita que comeu aquilo. Gemada, Biotônico fontora (aposto que sua mãe nunca te deu, mas a sua avó sempre queria te enfiar uma colherzinha), leite quente com hortelã (para matar os vermes). Na minha avó, a onda era salada temperada com limão e açúcar - ela dizia que era uma receita suíça, que os europeus comiam durante a guerra para economizar no sal (hoje, acho que isso não faz o menor sentido, mas funcionava para nos fazer comer alface).

9-) Lembranças são um presente
Sua avó lembra de tudo. Inclusive de histórias que ela nem viveu, mas consegue contar com uma vivacidade ímpar. Sabe contar com detalhes a vida dos avós dela quando pequenos, toda sua ascendência. Guarda fotos, cadernos, cartas antigas que permitam legitimar tudo o que ela lhe diz. As recordações dela não fazem parte do passado, é como se tivessem acabado de acontecer. E o melhor, cada lembrança dela é como se fosse um presente para você.

10-) A Magia mora na casa da sua avó
Só elas encontram coisas que todo mundo procurou e ninguém achou. Ela adivinha justamente aquilo que você queria comer. Somente o bolo dela fica gostoso. Com uma aposentadoria merreca, ela sempre consegue dar presentes legais e sempre tem um troco para o sorvete.  E o principal, ela (pré)sente coisas! Com certeza, você já buscou uma explicação racional. Mas não há! Avós especiais são bruxas, ou fadas, ou qualquer ser que se encaixe nessa classificação. Por isso, são insubstituíveis.

quinta-feira, 8 de outubro de 2015

5 minutos de um Mundo Bom - 08/10

O Ouro é Nosso!


Há 10 dias, todos os dias, eu busco boas notícias, encontro várias, quase nenhuma do Brasil. Sou quase convencida de que meu país está ultimamente a cara da vergonha e da desgraça -  não estou só falando politicamente. O brasileiro em si anda de mau humor. Até o clima por aqui azedou - ou chove demais, ou de menos, ou no lugar errado.

Mas talvez seja uma questão de ponto de vista, de enfoque e até de valores. Convenhamos. Aposto que metade dos homens que eu conheço estão discutindo nos últimos dias o próximo jogo Brasil e Chile, nosso desempenho na próxima Copa (se é que vamos...) - o ouro será nosso?

Nessa semana, o ouro foi nosso. Não nessa copa zilhonaria de 32 seleções, mas sim em uma copa mais modesta e que exige cérebro de verdade! Foram 38 seleções disputando a Olimpíada Latino Americana de Astronomia e Astronáutica e eles, brasileirinhos praticamente anônimos e com recursos limitados, trouxeram para o Brasil 5 medalhas. Não apareceram no Jornal Nacional, nem na capa da Folha. O melhor que conseguiram foi a homepage da Galileu.

E por que essa notícia ganhou o Satiquei?

1) Demonstra como o Brasil tem capital humano de qualidade, basta formação e educação adequada
2) Mostra que existem pessoas que se dedicam a fazer coisas por paixão (Se você quer testar o nível de esforço necessário, sugiro que faça o simulado no site da Olimpíada Brasileira, palavra de quem tentou)
3) Há alguns anos, o governo abriu o Programa Ciências Sem Fronteiras para capacitar estudantes universitários e acadêmicos "buscando promover a consolidação, expansão e internacionalização da ciência e tecnologia". Com a divulgação, financiamento e preparação necessária, essa galerinha pode ser os próximos cientistas do Brasil,

Para saber mais, veja a matéria completa na Galileu.

PS: Enquanto discutimos futebol e descobrimos ilícitas contas na Suiça, uma turma de estudantes faz campanha para arrecadar fundos para ir para as Olimpíadas de Matemática na Índia. É... para termos boas notícias precisaremos rever o conceitos.

terça-feira, 6 de outubro de 2015

5 Minutos de um Mundo Bom - 06/10

As gentes, o bom e o belo

Têm palavras que são iguais, mas são diferentes. Por exemplo, gente e pessoa. Semanticamente, são praticamente a mesma coisa - mas, para mim, há uma sutileza. Para mim, a palavra "gente" tem algo bom, carinhoso: "nossa gente", "gente boa", "gente que faz"...

Por isso, que, na boa notícia do dia, elegi uma gente que cuida de gente. Essa reportagem me tocou por inúmeros motivos:
Dona Grace colorindo a cidade

  • Fazer o bem não tem idade
  • A idade é uma convenção social e não uma determinante de sua capacidade
  • Todo mundo é capaz transformar seu espaço
Estou falando de Grace Brett que, aos 104 anos, faz croche para alegrar partes da cidade onde mora. Isso me faz acreditar em um mundo bom, onde as 'gentes' podem envelhecer com saúde e disposição, onde há espaço para o bom e o belo, onde é possível dedicar tempo a sua gente.

Vale ler a reportagem e ver o vídeo:
http://jornaldeboasnoticias.com.br/nunca-e-tarde-conheca-a-artista-de-rua-de-104-anos-que-esta-mudando-a-cara-de-sua-cidade/


Um mundo que se cruza e se encontra

A possível história do seu vestido de noiva

Uma das lembranças mais doces da minha infância são as tardes que passei na Rua São Caetano em São Paulo, conhecida como rua das noivas. Isso foi mais ou menos em 1990, quando a confecção de vestidos de festa ainda não havia sido invadida pelos vestidos prontos coreanos, chineses, espanhóis e etc... Todos os vestidos de noiva eram encomendados sob medida, desenhados como o grande projeto de vida que deveriam ser, costurados em camadas e bordados a mão com todo cuidado e carinho.

Para qualquer menina de 5 ou 6 anos, era como viver em um conto de fadas. Tecidos, lantejoulas, manequins, noivas, arranjos de cabelo. Aos sábados, a loja fervia de futuras esposas provando cada uma das etapas. Tudo isso, eu presenciava eufórica e encantada em uma loja de esquina da São Caetano chamada Alvorada Modas, que pertencia ao meu avô.

Meu vestido - quando a tradição não sobrevive à modernidade
Nessa época (e muito antes disso na verdade), a rua já era o maior conglomerado desse tipo de comércio no Brasil, com mais de 60 lojas que vestiam mais 70 mil noivas por ano e durante muito tempo, ditou a moda dos altares paulistas. E se você se casou em São Paulo, principalmente, entre as décadas de 40 e 90, a chance dessa história ser parte da sua história é 90%. Com certeza, você foi até a estação da Luz, andou por essas lojas até encontrar alguma que transformasse panos em seu sonho de Cinderela.

Depois, eu cresci, a loja do meu avô fechou em 2007, casei com um vestido pronto comprado na Avenida Rebouças - uma grande ironia dos novos tempos, principalmente, porque a origem dessa rua encantada, que pode ter feito parte da sua vida, faz parte da minha origem também.

 Essa história poderia perfeitamente começar com ERA UMA VEZ...

Antakya ou Antioquia - às vezes turca, outras síria
Era uma vez, uma guerra no Oriente Médio, mais especificamente entre a Síria e Turquia, em uma região chamada de Antioquia. Acredite, mas não era 2015. Era 1913 e o Império Turco Otomano preocupado em criar uma nação turca racialmente homogênea, massacrava os armênios. Em um estado de conflito, com a Primeira Guerra Mundial batendo a porta, não havia lugar seguro para ninguém do lado de lá do Atlântico. “Eu estava no segundo ano da escola árabe, no momento que eu estava na porta de entrada da cidade, o meu professor, já falecido, me disse: "Sedosse – Sedosse é meu nome em árabe –, dá-me a sua mão e me acompanha." Ele me pegou do centro da cidade e me levou para a casa do consulado, que era a um quarteirão. Toda a família cristã estava escondida lá pra não serem massacrados. Naquela época, os turcos, que estavam massacrando os armênios, pegaram meu irmão mais velho, puseram no chão, pegaram a faca. Iam degolar. Veio um outro turco, disse para ele: "Não, larga, esse aqui é cristão, não é armênio." Os turcos estavam matando os armênios e pegaram o meu irmão por engano. Meu irmão já estava com a passagem pronta para vir ao Brasil, ficou doente um ano.” Contou meu bisavô Theodor (nome traduzido para o português).

Assim, a família Bittar arrumou as malas e veio para o Brasil um ano depois em uma viagem que durou 60 dias no porão do navio. Pai, mãe e 6 filhos recomeçaram a vida como mascates em Santos, vendendo fósforo, outras miudezas e consertando sapatos. “A gente andava pela rua: "Ô, turquinho, vem cá." Chegava lá: "O que é?" "Dá um cadarço, dá um carretel de linhas 50, 40." Saía de manhã, voltava em casa à noite. Meu pai mesma coisa. Às vezes, chegava hora de almoço e nem voltávamos pra casa. Entrávamos num bar que era já conhecido e a gente pedia um pão com mortadela. Pronto! Almoço!  .

O tempo passou e as coisas foram melhorando, a família abriu uma pequena loja de tecido em Santos e meu bisavô foi se aventurar por conta própria. Voltou para a sua cidade natal e voltou casado – desses casamentos arranjados mesmo a moda antiga, nada de paixão, nada de namoro. “ A minha tia já falecida, conversa vai conversa vem, diz: "Ó, Sedosse, você vai levar uma companhia junto com você pro Brasil." "O que é isso? Eu não vim para isso." "Vem cá." Entramos lá na casa vizinha e ela disse: "Olha, essa daqui vai ser a sua mulher." "Mas eu não vim para casar!" "Mas você vai casar." Sorte! Destino!”. Minha bisavó Nazira tinha 14 anos e ele por volta dos 24. Depois de 72 anos juntos, ela faleceu primeiro aos 86 anos, achávamos que ele iria morrer também ao enterrar o amor da sua vida.
Família Bittar
Eles voltaram para o Brasil, se estabeleceram em Porto Alegre e depois, vieram para São Paulo com os filhos. Theodor ganhava a vida vendendo sapatos na Rua Voluntários da Pátria e depois na Rua José Paulino, até que decidiu se mudar: “A Rua José Paulino tinha depósito cerveja e minha razão de sair foi que chegaram as prostitutas naquela cercania toda. Fecharam todas as travessas, era só prostituição. Eu com duas meninas em casa, disse pra minha mulher: "Vamos embora." Foi o destino!”.

Calçados Bittar
Na São Caetano, tudo começou com uma loja de sapatos também – Calçados Bittar. Era década de 40. Nessa época, a rua era lotada de mulheres e lojas de tecido.

Foi assim, que seguindo a fama do povo árabe para os negócios, Theodor juntou a fome com a vontade de comer e abriu a primeira loja de vestidos de noiva, que daria origem a uma rua inteira e faria parte do sonho de tantas mulheres. 

Theodor frequentou a rua até a década de 90, era conhecido por todos, mas sua história somente foi
reconstruída graças a um projeto do Museu da Pessoa – o Memórias do Comércio de São Paulo, que buscou recuperar a origem dos principais centros comerciais – e mesmo para a família (que contava com os 6 filhos, mais de 25 netos e quase uma centena de bisnetos) foi uma grande surpresa saber de sua trajetória.

Existe um mundo que se cruza e se encontra. Talvez a estimativa esteja certa - entre duas pessoas quaisquer no mundo existam somente 4 elos de ligação. Uns escrevemos, contribuímos, mudamos, transformamos, ainda que involuntariamente, as páginas da vida dos outros sucessiva e reciprocamente.  

Se você quiser mais detalhes dessa biografia e outras tantas histórias de vida, visite o site:  http://www.memoriasdocomerciosp.museudapessoa.net/index.php/pessoa/historia/4059#.Vg_VlC5Viko
Arquitetura da Rua São Caetano ainda guarda muito do seu passado -  Todos os direitos reservados 
  • por Hélio Bertolucci Jr.- http://www.panoramio.com/photo/25028493

sexta-feira, 2 de outubro de 2015

5 Minutos de Um Mundo Bom - 02/10

Síria reencontra filho perdido em jornada pela Europa após apelo em vídeo

A crise síria é uma assunto que me ‘afeta’ pessoalmente. Como ascendente dessa nacionalidade (em breve, teremos um post bem interessante sobre isso), penso em toda minha família que cruzou o oceano no início do século fugindo da guerra religiosa. Quantas pessoas perdemos no meio do caminho? Quantos primos, avós, irmãos ficaram para trás ou se espalharam no mundo?

Agora, como futura mãe, eu penso: o que seria perder um filho para sempre? Sem saber onde está, se está vivo... São inúmeras as histórias de mães que nunca cansaram de procurar seus filhos depois de grandes diásporas – muitas vezes, sem nenhuma pista ou rastro.

Por isso, essa foi minha notícia do dia – após serem separados em um dos entreposto na Hungria, sem falar idiomas, sem dinheiro e sem notícias, Fakhria conseguiu ajuda da BBC News para divulgar um filme que a ajudou a reencontrar seu filho.

Veja a notícia na íntegra:

quinta-feira, 1 de outubro de 2015

5 Minutos de um Mundo Bom - 01/10

Nigéria sai da lista de países onde a pólio é endemica


Honestamente, conheço pouco a Nigéria. Minha imaginação é repleta de preconceitos e imagens típicas que temos dos países africanos – pobres, violentos, quase tribais, que vivem em um ciclo vicioso de miséria. Talvez as coisas sejam assim, embora meu bom senso diga que não exatamente.

A Nigéria é o país mais populoso da África, com 148 milhões de habitantes com taxas de natalidade exorbitantes e uma variedade étnica impressionante. São mais de 250 grupos étnicos falando mais de 500 línguas. Nessa colcha de retalhos, o idioma oficial é o inglês e o país é dividido entre muçulmanos e cristãos, o que tem gerado conflito por gerações.

Em meio a tudo isso, uma curiosidade - a terceira maior indústria cinematográfica do mundo é nigeriana. Ela só fica atrás da norte-americana Hollywood e da indiana Bollywood. Segundo o Blog Cinemanigeriano, são lançados mais de 30 filmes por semana, quase todos distribuídos no mercado informal, visto que o país não conta com muitas salas de cinema (eram apenas 12 em 2013).

Não há dúvidas de que a educação e a cultura são transformadoras, mudam a vida das pessoas, de um país, de uma sociedade inteira e mesmo com esse marco impressionante, a Nigéria ainda sofre com  uma taxa de analfabetismo de 40%, segundo o levantamento da ONU em 2012.

O que me leva a outro pensamento: a interdependência entre fatores. Educação e cultura precisam de

um ambiente propício para se desenvolver e se enraizar – ninguém quer ler um livro quando está com febre ou ir ao cinema se está com dor ou ir a escola se tem fome. O bem estar intelectual e emocional ficam muito prejudicados sem o bem estar físico. Por isso, que essa é minha boa notícia do dia!

A Nigéria comemora 1 ano sem casos de pólio registrados.

Conhecida também como paralisia infantil (famosa no Brasil pela campanha de vacinação com o Zé
Gotinha), a doença pode causar várias lesões neuromotoras ou até mesmo, a morte. Após inúmeros percalços nessa luta, a Nigéria erradica a pólio e muda o futuro de milhares de crianças, dando um passo para um futuro melhor.

Leia a notícia na íntegra pelo link:

http://www.rm.co.mz/index.php/modules-menu/item/13850-nigeria-sai-da-lista-de-paises-onde-a-polio-e-endemica