quarta-feira, 30 de setembro de 2015

Um universo de Boas Notícias

Eu não sabatiquei como todo mundo - não posso viajar o mundo, nem fazer um curso que abra a mente ao discutir assuntos interessantes com pessoas bacanas. Meu sabático consiste em ficar deitada e levantar 3 vezes por dia, com direito de descer as escadas uma vez por semana. Se eu tenho me importado com essa vida "monótona"? Sem chance (ao menos por enquanto)...

O único problema é que eu precisava me ocupar rapidamente e comecei da pior forma - assistindo à TV 12 horas por dia. Não tem pior coisa para quem está grávida do que ver TV no Brasil. Não importa o canal nem o noticiário, é só desgraça! Aí você decide olhar os sites de notícias e percebe que tudo virou tabloide - ou é desgraça ou é fofoca, pouquíssimos meios termos. Mas, o que isso tem a ver com estar grávida? Ora, ora... Se você se dispõe a ter um filho, entre outras coisas, é porque você acredita que o mundo ainda é bom e seguro o suficiente e que você é capaz de dar uma boa criação ao seu filho que o permita contribuir para um mundo cada vez melhor.

Estou longe de ser uma especialista em comunicação, assim como de seus impactos. Entretanto, me recuso a acreditar que o melhor que houve nos últimos dias foi o show da cantora pop Katy Perry ou a doação de 200 aparelhos auditivos pelo ator Johnny Depp (embora seja bem louvável a atitude). Os acadêmicos diriam que a formação está ruim, por isso a baixa qualidade do jornalismo; os teóricos da conspiração diriam que é uma forma de manter o povo com medo e alienado; a direita diria que a esquerda ferrou tudo e a esquerda, por sua vez, diria que é a voz dos oprimidos; muitos diriam que desgraça vende mais.

Eu acredito que as más notícias (ou qualquer nome que seja) tenham um papel importante na dinâmica da formação e informação da população, mas há quase 10 anos atrás, eu me graduei em Relações Internacionais por crer que o mundo é essencialmente bom e só precisa de alguns ajustes. Com base nisso (e conversando com uma amiga), comecei a procurar sites que só divulgassem boas notícias como o Só Boa Notícia ou o Jornal de Boas Notícias. É interessante ver como o mundo pode ser bom sem ser piegas, mas me assustou o fato de, embora atualizado diariamente, o volume de novas notícias em cada site não seja muito expressivo. Dilema Tostines - não tem porque ninguém procura, ou ninguém procura porque não tem?

Posto isso e também considerando que a vida de todos esteja muito corrida, decidi que todos os dias eu vasculharei a internet em busca de 1 única boa notícia boa carinhosamente selecionada e publicarei aqui no Sabatiquei.

Isso me fez lembrar que, na casa da minha avó, tinha um livrinho chamado "5 Minutos de Sabedoria" (talvez seja o primeiro livro de auto ajuda que eu conheci, depois da bíblia), nós sempre abríamos para ver "o ensinamento" do dia e saíamos felizes com a "dica". Eu não quero prover ensinamentos a ninguém, mas gosto do conceito de algo rápido, fácil e que possa melhorar o dia. Afinal, em um dia de 1440 minutos, 5 minutos de um mundo bom não vai fazer mal a ninguém!

Até lá!

terça-feira, 29 de setembro de 2015

Satiquei

Outro dia, para minha surpresa, precisei explicar para uma amiga o que era um ano sabático. No mundo corporativo, por onde tenho andado nos últimos 10 anos, esse é um assunto muito comum nos almoços.

Fazer um ano sabático (ou sabaticar, um neologismo criado carinhosamente por mim) nada mais é do que fazer uma pausa. Um sabático não é como férias prolongadas, é um período que a pessoa tira para si mesmo - tirar um tempo para descansar e para os filhos, repensar a vida, construir outros caminhos,  “Mas o tempo necessário para produzir mudança. A duração vai depender de cada objetivo”, afirma Herbert Steinberg, autor do livro Sabático.

Isso não se significa que se vai jogar tudo para o alto e dar um f...-se mesmo. Conheço inúmeros casos de profissionais muito bem sucedidos (ou não), que, em determinado momento, pediram uma pausa e depois seguiram suas carreiras e atribuições anteriores.

No Brasil, essa prática é rara e pouco difundida. A instabilidade econômica, o alto custo de vida relativo, a falta de cultura para planejamento financeiro pessoal se tornam barreiras para essa pausa. A Revista Época fez uma reportagem curtinha, mas interessante sobre o tema- http://epoca.globo.com/vida/vida-util/carreira/noticia/2013/08/como-se-preparar-para-um-periodo-bsabaticob.html

 Como curiosidade, a palavra "Sabático" tem a mesma raiz de "sábado"-  com origem na palavra Shabat do hebraico que significa cessar, parar  - o descanso é algo implícito. É algo presente desde o antigo testamento como o 7o. dia.

Nessa nova vida, nem tudo é uma maravilha, por isso eu recomendo a leitura do blog -
http://www.felizcomavida.com/sabatico.

No meu caso, especificamente, eu satiquei sem querer. Em decorrência de uma complicação na gestação, entrei de licença médica até o final da gravidez. Tenho um tempo pré-determinado para produzir essa "mudança" - de alguém agitado, hiperativo, workaholic para a maternidade.

Enquanto isso, queria fazer desse tempo livre algo divertido, criativo... e assim, nasceu o Sabatiquei!